Do que é feito um homem?

Do que é feito um homem?
  Eu me faço essa pergunta com freqüência nos últimos tempos. E, sinceramente, não tenho uma resposta satisfatória, porém tentei elaborar pelo menos um início de interpretação para compreender a natureza do homem.
   Um homem não é feito apenas pelas suas escolhas, pelo seu modo de pensar ou pela coerência de seus atos, nem a forma como começou as coisas, mas principalmente como as terminou.
  Então, eu deduzo que o modo pelo qual agimos, nos faz melhores ou piores em determinados momentos das nossas vidas. As escolhas que fazemos também nos deixam felizes ou não, obviamente. Entendi essa equação vendo um filme simples, chamado O espelho tem duas faces, de 1996, com Barbra Streisand e Jeff Bridges, em que ambos são os protagonistas do filme. Basicamente, eles optaram por ser pessoas que tinham uma reserva perante a vida.
   Ela, porque se mantinha feia e gorda, se escondia atrás de roupas largas e sem personalidades. Ele, por sua vez, escondia-se atrás das equações matemáticas ilógicas para explicar a paixão, os sentimentos, o amor. Mas ambos falham porque se tornam amigos, cúmplices, inseparáveis e se apaixonam perdidamente um pelo outro. O percurso dessa descoberta é dolorosa, decepcionante, frustrante...
  O filme parece simples, nos leva a crer que é apenas uma comédia romântica, entretanto, nos mostra que são as escolhas que fazemos que nos levam ao sucesso, a realização pessoal, ao amor desejado, a vida que almejamos.
  Percebi que o homem é feito de uma matéria que nenhum outro ser vivo na face da Terra é: nós somos feitos de um turbilhão de sentimentos, de decepções, de desejos, de medos. Todos esses sentimentos constituem aquilo que chamamos de ser humano.
  O pior dos sentimentos que podemos sentir, a meu ver, não seria o ódio, a raiva, nem sequer o desprezo, mas o medo. Porque ele nos paralisa diante das opções que a vida nos oferece, porque ele, o medo, nos deixa também vulneráveis.
  Sim, vulneráveis. Porque não agimos, não pensamos com clareza, porque o único espaço que temos é o medo e, assim, somos alvos fáceis para toda a sorte de maldades alheias também.
  Eu gostaria de poder escrever mais sobre esse sentimento, sobre aquilo que nos acomete repentinamente e nos deixa inertes, mas eu creio que o tom desse comentário seria obscuro, triste e quiçá cruel. Não é essa a minha intenção. Eu quero falar sobre do que é feito o homem.
  Eu quero dizer que temos amor irrefreável dentro de nós e que por mais que estejamos com alguém, às vezes somos acometidos por um sentimento arrebatador de paixão, de desejo,que num crescendo se transforma em alguns casos, em amor.
  Ver alguém que está vulnerável pelo medo, é uma constatação triste, mas o que se pode fazer ou dizer? Infelizmente, no meu ponto de vista, nada. Saber que alguém se encontra apaixonado por você e que por medo nada diz, nada faz, somente pensa em seu mundo o que gostaria de dizer e fazer com você, é de fato, frustrante.
  Eu não sei se gosto de saber que há alguém apaixonado por mim, pensando em mim incessantemente. Não sei se gosto de lidar com isso.
  Então, de repente, me veio à questão de novo: afinal do que o homem é feito?
  Até o momento continuo sem resposta conclusiva e satisfatória como disse a princípio, mas uma coisa eu sei: o homem é feito de sentimentos, os quais poderia assumir sem complicações, complexos ou medo de ser feliz, porque não se sabe se a escolha faria o outro se sentir feliz também.
  Coragem. Essa é a palavra da vez. Será que lidamos com pessoas corajosas? Ou melhor, será que somos corajosos?
  Abraços

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