Extremistas Ou Estremecistas?

O ano de 2015 começa com questões importantes, fazendo com que a sociedade ocidental pense melhor seus hábitos, refaça seus objetivos, repense seus valores, sua ética e, porque não dizer também, sua moral?
A questão do recente ataque terrorista em Paris, que levou à morte de algumas pessoas envolvidas direta ou indiretamente ao caso do jornal Charlie Ebdo e outras que nada tinham haver com o caso, mas que perderam suas vidas por causa dos terroristas, fez com que o mundo ficasse mais uma vez estarrecido diante dos canais de TV ao receber a notícia de que a Cidade Luz, símbolo do romantismo, da cultura européia mais charmante, que outrora foi a cidade/capital considerada o centro do mundo moderno, estava sendo atacada por terroristas extremistas islâmicos.
A sociedade dita de bem, não podia acreditar no que estava ocorrendo em Paris. Afinal de contas, a capital Francesa é uma das mais visitadas no mundo e, com certeza, não somente os franceses/ parisienses, mas também os turistas estavam assustados.
Mas mesmo assim, as pessoas foram incapazes de perder a classe e a elegância diplomática necessárias para se manter em estado de lucidez e, então, poder agir da melhor forma possível.
A Europa entra em estado de alerta máximo, coloca nas ruas seus exércitos, policiais e agentes nas ruas, estradas, aeroportos, estações de trem e metrô, a fim de coibir qualquer possibilidade e/ou suspeita de ações terroristas. Mas eu pergunto:
As ações cometidas em Paris são, de fato, terroristas? 
É inegável, obviamente, que pessoas morreram; que foi uma facada profunda na liberdade de expressão e que, sem dúvida, foram desrespeitadas questões religiosas. Todavia, isso não lhes dá o direito de represália desse porte.
Fique clara, aqui, minha repulsa quanto a qualquer ato de violência.
Seria mais fácil uma represália publica ou, até mesmo, colocar em pauta o jogo político a partir do ocorrido. 
Sim, tudo isso afeta ambos os lados, mas acredito que o Ocidente está mais vulnerável que o Oriente, quando os seus filhos diletos abraçam causas e se identificam com elas, tornando-se, muitas vezes, àqueles que vão colocar em xeque a sua nação.
Essa deveria ser a grande preocupação Ocidental, que deveria estremecer-nos até os últimos fios de cabelo!
E minha pergunta, que ainda paira no ar, persiste em bailar aqui ou acolá, querendo uma explicação plausível, apesar de não vir.
Na minha humilde opinião, de mera expectadora, sem muitos conhecimentos políticos internacionais, percebo nitidamente o jogo sórdido que está por trás disso tudo.
Não vejo o Ocidente como a grande vítima assim como não vejo o Oriente como um grande vilão. Para mim, somos apenas marionetes manipuladas pelo político, pela mídia e, obviamente, pelo poder sub-linar e perigoso instaurado nas entrelinhas de todas, absolutamente, todas as camadas de nossa sociedade.
A meu ver, tal poder utiliza do sentimento de medo e insegurança, para dominar e vender suas idéias sejam elas X ou Y, pouco importa, desde que haja lucro. Desde que a massa seja controlada de uma forma ou de outra.
Há muito mais em jogo que uma questão de desrespeito religioso. Há muito mais em risco que um ato de violência.
O extremismo não está em um ataque “supostamente” isolado – atenção para o destaque da palavra – mas nos diversos ataques à sociedade, que não são relatados ou se são; são esquecidos pela grande maioria.
Sofremos ataques sociais paulatinos e graduais, como um conta-gotas perverso que nos assola a dignidade e a integridade como Homens. E a mídia, o que faz?
Muito pouco ou quase nada.
Onde estão os defensores da liberdade de todo jaez em relação às chacinas nos territórios da África, México, Ucrânia, entre outros, inclusive no Brasil?
As vozes que clamam por justiça devem clamar em todos os cantos do planeta defendo, não somente, alguns, mas todo e qualquer cidadão da Terra que esteja em apuros.
Então, sejamos todos Charlies, porém todos os momentos, lugares e em todas as línguas, porque extremistas, somos todos nós, quando nos apertam os calos.





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