Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?

Desde que o ano de 2011 raiou às nossas portas, brindando-nos com seus ares de renovação, esperança e  maravilhas, venho fazendo uma viagem, um tipo de jornada interior, como muitos chamam. E aproveitando as férias, resolvi ler alguns dos muitos livros que há muito tempo não lia, resolvi também ouvir os cds de música clássica, que também há tempos não escutava. Sim! Eu ouço música clássica e ópera, para aqueles que não sabiam.
Mas neste momento ouço um cd chamado Infinito, de Andrey Cechelero; não sei como a sua música é classificada, se é new age, clássica, instrumental, relax, sei lá! Apenas sei que me relaxa ouvir o som da natureza misturado ao som de um piano lindamente tocado.
E por que dei o título desta postagem de "Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?", porque é o título do livro que acabei de ler.
Quando ganhei esse livro da minha mãe não dei muita importância, apesar de lembrar perfeitamente, que foi em um momento difícil da minha vida. Um momento em que me fechei de tal forma que, na verdade, não tinha medo de dizer quem eu era às pessoas e, sim, um verdadeiro e completo pânico!
Mas mesmo lendo naquela época não dei a devida importância ao texto e muito menos à mensagem. Entretanto, hoje, especialmente hoje, em que tantas pessoas morreram/ desencaranaram com as tragédias das chuvas, das enchentes, das desgraças que assolam o mundo e é claro, também o Brasil, eu entendi finalmente a mensagem do livro, compreendi perfeitamente o texto.
Estranho, engraçado, triste, tudo junto e misturado, como dizem atualmente, mas o fato é que nós, os seres humanos, temos mesmo medo de dizer quem somos. E esse medo é tão gigantesco e avassalador, que a própria natureza está nos respondendo que o caminho que tomamos está errado, que ainda há tempo, que podemos voltar e recomeçar.
Você pode está pensando nesse momento, o que tudo isso tem a ver com as ocorrências das catástrofes? Por que será que na cabeça dessa mulher tudo está interligado?
Simples. Porque de fato, tudo está interligado. A vida social nos fez bichos isolados que têm medo de qualquer outro bicho, que também se sente isolado, por isso nos detemos em ajudar o próximo, por isso não nos preocupamos com o meio ambiente e o poluímos o quanto pudemos, sem pensar que ele pode "revidar" e que nós podemos sofrer as consequências, por isso nós deixamos que outros "bichos" como nós, não tenham casas decentes, comida decente, vida decente. Por que nós temos medo de dizer quem somos, porque temos medo de sermos brega, antiquados, esquisitos, idiotas, babacas, quando simplesmente temos a tendência de querermos deixar de ser bichos e nos tornarmos HOMENS. Homens de bem, de paz, de amor, de esperança, de fé, de compreensão, de solidariedade...
Enfim, ando pensando em tantas coisas...


O livro em si, trata da descoberta de quem somos para nós mesmos, depois de quem somos para os outros e, por fim de quem deveríamos ser e insistimos em não ser. A tradução muito bem articulada é de Clara Feldman de Miranda, pela editora Crescer.
Transcrevo abaixo um trecho, o qual tenho toda a intenção de instigá-lo(a) a comprar. Vale a pena, se você quer ser um diferencial dentre todos estes "bichos/homem", que andam por aí.



"Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?
E por que você tem medo de me dizer quem é?
Por que convivemos, lado a lado, dia após dia - morando na mesma casa, dividindo o mesmo teto, partilhando a mesma mesa, às vezes dormindo na mesma cama; ou trabalhando no mesmo lugar, estudando na mesma escola, na casa ao lado ou no apartamento de cima - e estando assim, tão próximos fisicamente, mos sentimos, às vezes, tão distantes quanto o sol da lua? Por que?
Por que tenho medo de me abrir com você, de lhe contar dos meus problemas, conflitos e frustrações? E por que você teme tanto em me dizer de suas fraquezas, de seus limites, até de seus sonhos e fantasias?
Por que temos tanto medo de compartilhar nossos sentimentos e emoções?
Não há uma resposta única para essas questões, nem uma verdade absoluta que as resolva. O ser humano é complexo demais, imprevisível demais, misterioso demais. Complexas, imprevisíveis e misteriosas são também as relações que matêm, uns cons os outros."
(Why Am I afraid to tell you who I am?,  by John Powell)

Abraços

Comentários

  1. Sua intenção deu certo... QUERO ESSE LIVRO!!!
    Gosto desse tipo de leitura, q faz pensar, refletir.

    O ser humano as vezes é meio egoísta também né? Temos receio de viver "como um livro aberto", mas não temos a menor vergonha de mostrarmos nosso sentimento de posse, né? Somos tão donos de tudo que destruimos a natureza sem pensar no futuro, passamos por cima de qualquer coisa pelo nosso desejo... Criamos guerras e competições que nem existem, por coisas (ou pessoas) que não estarão mais por perto. Tudo para tentar sair por cima.

    Muitas vezes queremos tanto mostrar que somos "demais" e na realidade o "verdadeiro eu" só quer ficar sossegado, em paz.

    Vou ler o livro e depois te conto oq achei. Bjo

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  2. Sua intenção realmente deu certo, teacher! Passei a sentir praticamente uma necessidade de ler esse livro, de verdade! Tal postagem me fez realizar uma reflexão interna sobre minhas atitudes e acredito que esse livro seria muito esclarecedor a minhas dúvidas!! Obrigada pela sugestão!

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  3. Nossa...vc conseguiu!!! Esse elivro acho que é tudo que estou precisando no momento...e tb dar de presentes a algumas pessoas...
    Já anotei editora, autora, nome e vou procurar...depois te conto!!
    Bjsss

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  4. Bem meninas, acho que na verdade, todos nós temos medo de mostrarmos quem somos, porque a vida e a própria sociedade nos faz ser assim. Ser uma pessoa aberta, muitas vezes, nos torna idiotas oas olhos dos demais, não é mesmo?
    Que bom que pude de alguma forma ajudá-las e incentivá-las a ler. Beijos

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